Para chamar a atenção dos jurados e conseguir destaque no carnaval do Rio de Janeiro, as escolas de samba buscam profissionais de efeitos especiais para os desfiles.
No barracão da Ilha do Governador os carros alegóricos ainda estão sem decoração. Mesmo assim, um detalhe consegue dar vida a uma montanha de ferros. Um dos carros alegóricos tem 300 lâmpadas, quase 1 km de fios e consome 120 kw de energia. O investimento em iluminação ultrapassa R$ 100 mil.
“Você pode estar em um carro lindo, cheio de escultura, com design maravilhoso e muita arte, mas se a luz não funcionar, se não for bem iluminado, o carro ‘morre’ na Avenida. Então, há 4 anos eu busquei o Paulinho da Luz porque via nele justamente essa jogada de saber iluminar o carro alegórico”, contou Márcio André de Souza, diretor de carnaval da União da Ilha.
Paulo César Ferreira, o Paulinho da Luz, não gosta de trabalhar com a luz do dia. “Tem muito carro que eu não gosto de fazer de dia, gosto da noite. Para ninguém ficar vendo, eu escondo do pessoal da própria escola. Quando o carro está pronto aí eu mostro”, disse o iluminador. No começo de 2011, Paulinho viu seus carros sumirem no incêndio que atingiu a Cidade do Samba. “Sou chato. Se eu vir uma lâmpada queimada, pode nem fazer falta, mas eu faço os caras subirem e trocarem”, contou.
Tubarão
Na Unidos da Tijuca, o tubarão que engolia um mergulhador em um tanque com 20 mil litros de água foi um projeto desafiador. “Foi um dos maiores projetos, nós ficamos nele durante 2 meses e meio fazendo os testes. Quando o tubarão saía, a arquibancada aplaudia e gritava. Foi um recepção muito maior do que eu estava esperando”, contou André Fuentes, dublê e projetista.
Segundo Fuentes, o tubarão era movido por cabos de aço. Quase todos os efeitos do carnaval são mecânicos, movidos por braços humanos. “O carnaval é bem diferente do cinema e da televisão, porque você tem que fazer a coisa ao vivo”, disse.
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